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Coluna do Jupa: a boa festa do Melhores do Ano 2018
Quero iniciar esta Coluna do Jupa da semana com a seguinte frase: Falem bem ou falem mal, mas falem de mim. Essa máxima parece sempre nortear o Melhores do Ano, clássica premiação entregue no Domingão do Faustão a artistas globais e ligados a música que se destacaram durante o ano. Sempre cercado de polêmicas e acusações de injustiças, mas, na mesma medida, mobilizando torcidas e a audiência. As críticas são mesmo, na maioria das vezes, válidas. Mas, há de se levar em conta, no Brasil, não há uma premiação para ser levada tão a sério quanto o EMMY, por exemplo. Talvez, a que mais chegue perto desse status é a entregue pelo APCA, mas, ainda assim, longe de ter o prestígio de outrora.
Votações populares sempre dão margem para polêmicas, principalmente envolvendo tamanhos de fã-clube, mas é necessário ter em mente que mesmo as votações mais técnicas apresentam resultados questionáveis. O próprio EMMY, citado acima, é exemplo disso. Entretanto, é necessário destacar que o fato de ser indicado já é um grande feito para o artista, ainda mais levando em conta o pequeno número de 3 nomes por categoria – o que, inclusive, poderia ser revisto futuramente para que as novelas das 9 não fiquem com a maioria absoluta das indicações. Enfim, esse ano, apesar dos pesares e dentro das possibilidades, parece ter sido uma premiação sem maiores polêmicas ou grandes injustiças.
Vamos aos comentários da Coluna do Jupa para cada uma das categorias dos Melhores do Anos
Coluna do Naian: Destaques de 2018 nas categorias Argumento e Roteiro
Ator ou atriz mirim. Davi Queiroz, o Badu de Segundo Sol, desbancou os talentosos Vítor Figueiredo e Mel Maia. Pudera. Foi o único que honrou a categoria, visto que os outros dois não pareciam se encaixar aí. Apesar de terem apresentado bons trabalhos – Vítor, principalmente, pois teve um papel um tanto quanto complicado em mãos – eles não mereciam estar aí justamente por não serem mais, hum, crianças. A fofura e a espontaneidade do simpático intérprete de Badu, ainda bem, falaram mais alto.
Atriz coadjuvante. A talentosa Tatá Werneck soou deslocada porque Lucrécia passou longe de propiciar a ela uma grande atuação. Numa novela complicada, onde quase nada se destacou, não foi Tatá que salvou a pátria. Já Giovanna Lancellotti e Letícia Colin, por outro lado, mereceram muito a indicação. Rochelle foi o melhor papel da carreira da primeira e Rosa foi a consolidação de Colin no rol de grandes atrizes do momento. Belíssimo trabalho que foi reconhecido pelo público durante todo o tempo de novela e coroado, agora, com este troféu.
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Ator coadjuvante. Juliano Cazarré é talentoso, mas seu trabalho em O Outro Lado do Paraíso passou longe de impressionar em qualquer momento. Na própria novela, havia outros nomes que poderiam estar aí. De Segundo Sol, justo prêmio a Chay Suede, pelo seu Ícaro, e justa indicação a Fabrício Boliveira, pelo complexo e complexado Roberval, seu maior papel na TV até o momento. Justa, também, a lembrança, tanto de Chay quanto de Letícia, a Danilo Mesquita, um dos grandes destaques de Segundo Sol e que fez falta nesta lista.
Atriz e ator de série. Entre as mulheres, três atrizes talentosas e a surpresa, mas justa, vitória da grandiosa Patrícia Pillar. Na categoria masculina, Alexandre Nero ganhou sem nenhuma surpresa – e também merecidamente. Nenhum dos dois vencedores do ano passado, Julio Andrade e Marjorie Estiano, ambos pela série Sob Pressão, foi indicado esse ano, e o motivo parece ser bem simples. A temporada veio bem mais tarde desta vez, o que acabou os deixando de fora. Que no ano que vem eles voltem.
Atriz e ator revelação. Kelzy Ecard e Cláudia di Moura foram belíssimas revelações de Segundo Sol e Bella Piero brilhou em O Outro Lado do Paraíso. Qualquer resultado seria justo. Venceu Bella, que, com o perdão do trocadilho, fez um belíssimo trabalho na trama de Walcyr Carrasco. Em ator, venceu o talentoso Luís Lobianco, que fez sua estreia em novelas como o simpático Clovinho. Consideraria justa a vitória de qualquer um dos outros dois também, mas o prêmio ficou nas melhores mãos possíveis.
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Ator de novela. A surpresa da noite, pra muitos, foi a vitória de Sérgio Guizé. Este prêmio coroa de vez o talento deste grande ator. A sua última vitória, em 2016, foi pelo Candinho, de Eta Mundo Bom, um papel completamente oposto do Gael, que lhe deu o prêmio dessa vez. Guizé é subestimado por muitos, mas dá mostras do seu talento desde que estreou na Globo, com o João Gibão. Emílio Dantas e, principalmente, Vladimir Brichta também fizeram ótimos trabalhos este ano e, portanto, se ganhassem, não seria injusto.
Atriz de novela. Giovanna Antonelli entrou pra história ao ser a primeira intérprete de mocinha de João Emanuel Carneiro a ganhar o troféu de melhor atriz nesta premiação. Antes, ela já tinha vencido, com o autor, pela Atena. Não discordo que Luzia ficou abaixo do que se poderia esperar, principalmente a partir do capítulo 100, mas é impossível questionar o talento e a versatilidade de Antonelli, que se entregou, desde o começo, de corpo e alma ao papel. Essa vitória de forma alguma, como ela mesma deixou claro em seu discurso, minimiza os belíssimos trabalhos de Bianca Bin e sua Clara vingativa e de Deborah Secco, com sua Karola. Ótimas personagens que também ficaram na memória do público.
Categoria especial – Personagem do ano. Categoria criada em 2016, dessa vez, não houve votação. Bom para o público, que não precisou se decidir entre três das maiores artistas vivas deste país. Com todo o respeito a Adriana Esteves e a Marieta Severo, mas, ainda que todas tenham sido merecidamente premiadas, a grande vencedora não só deste prêmio, mas também da noite (com o respeito aos demais vencedores da noite), foi Fernanda Montenegro. A maior atriz brasileira viva provou por que é a maior não só quando está interpretando uma personagem. Seu discurso corajoso em defesa da classe artística precisava ser dito e não poderia haver pessoa melhor para dizer.
Ovacionada, Fernanda Montenegro fechou com chave de ouro a noite, que ainda contou com discursos poderosos de Patrícia Pillar e Sandra Annenberg, por exemplo. Ainda que, com algumas ressalvas, que sempre vão existir, foi uma ótima festa para se prestigiar o talento de parte dos artistas brasileiros. E que venha 2019.
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