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"Se não tenho acesso a fonte, prefiro não publicar", diz Mauricio Stycer

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Mauricio Stycer é crítico de televisão e colunista no Uol e Folha de São Paulo (Foto: Gabriel Cardoso)

Mauricio Stycer é crítico de televisão e colunista no Uol e Folha de São Paulo (Foto: Gabriel Cardoso)


Mauricio Stycer, jornalista, nascido no Rio de Janeiro em 1961, mora em São Paulo há 30 anos. É repórter especial e crítico do UOL. Assina, aos domingos, uma coluna sobre televisão na “Folha de S.Paulo”. Começou a carreira no “Jornal do Brasil”, em 1986, passou pelo “Estadão”, ficou dez anos na “Folha” (onde foi editor, repórter especial e correspondente internacional), participou das equipes que criaram o diário esportivo “Lance!” e a revista “Época”, foi redator-chefe da “CartaCapital”, diretor editorial da Glamurama Editora e repórter especial do iG. É autor dos livros “Topa Tudo por Dinheiro – As muitas faces do empresário Silvio Santos” (editora Todavia, 2018), “Adeus, Controle Remoto” (Arquipélago, 2016), “História do Lance! – Projeto e Prática do Jornalismo Esportivo” (Alameda, 2009) e “O Dia em que Me Tornei Botafoguense” (Panda Books, 2011).
Nada melhor do que o próprio Mauricio para se apresentar. A descrição acima pode ser encontrada em seu Blog no UOL TV. Afiado e divertido em suas análises, o profissional é um dos mais requisitados e respeitados críticos do país.
Abaixo, você vai conhecer um pouco mais de Mauricio.
Você é um dos principais críticos de TV atualmente. O que o jornalismo digital mudou no jeito de se produzir críticas televisivas para você?
A revolução digital afetou o jornalismo de forma radical. Entre muitas outras consequências, uma delas foi ampliar a cobertura de assuntos relacionados ao universo da televisão. Creio que isso ocorreu porque são duas mídias – internet e TV – muito próximas, consumidas por um universo comum de pessoas. O jornalismo de TV e, em particular, a crítica cresceram em volume no mundo digital e foram obrigados a se tornar mais ágeis. Posso dizer que me rendi a esta exigência de mais rapidez. Escrevo mais e de forma mais rápida – duas coisas que não são necessariamente qualidades quando se fala de análise e de crítica.
Há espaço para a crítica especializada de TV no jornalismo impresso ou televisivo ainda ou a internet tende a tomar este espaço para si?
Acho que ainda há espaço, sim. Na coluna semanal que mantenho na Folha procuro apresentar um enfoque diferente da crítica diária na internet. Mas acho que a questão mais importante a observar nem é esta. O que deve preocupar é o número cada vez menor de veículos de comunicação independentes, sem relação com empresas de televisão.
O assunto agora é fakenews. No mundo da TV isso é ainda mais recorrente que na política, por exemplo. Enquanto um dos jornalistas mais respeitados e experientes do país, o que você tem a dizer sobre isso?
A pressa é inimiga do bom jornalismo, ao mesmo tempo em que é uma característica intrínseca da profissão. Estamos sempre correndo para dar a informação em primeira mão. É preciso estar muito atento, o tempo todo, para evitar cometer erros. E, se cometê-los, corrigi-los com transparência e rapidez.
Mesmo jornalistas experientes têm caído em fakenews. No mundo da internet em que tudo acontece muito rápido, o que é melhor: esperar pela confirmação da notícia ou postar para não perder a exclusiva?
O correto é sempre confirmar a informação antes de publicá-la e, se possível, não se fiar apenas em uma fonte. Se é uma notícia muito grave e importante, e não tenho acesso a uma fonte primária, diretamente envolvida com o assunto, prefiro não publicar.
Vamos voltar a falar da crítica especializada. Há outro sofrimento para você que é crítico: os haters. Você sofre muitas perseguições por fazer críticas a produto de TV?
Ainda há muito preconceito com a crítica de televisão, considerada uma atividade “menor” na comparação com críticas em outros ramos do entretenimento e da cultura. Não ligo para isso, de um modo geral. Só me incomoda quanto este preconceito vem de gente que trabalha na própria TV.
Como você lida com seus próprios haters?
Nas redes sociais, não dou bola. Adoro debater, trocar ideias, sobre televisão, mas só faço isso quando vejo que meu interlocutor, discordando de mim, está de boa fé, realmente interessado em conversar, não em ofender.
Você é o jornalista televisivo que mais se mistura com o público, tanto no Twitter quanto no Facebook. Uma pergunta importante: asredes sociais para você são trabalho ou lazer?
Não sei se é verdadeira esta afirmação que vocês fazem. Mas, de fato, desde que entrei no Twitter, em 2008, entendi que as redes sociais são uma extensão do trabalho de quem escreve sobre televisão. Como respondi no início desta entrevista, há uma enorme convergência entre o público da TV e o usuário de internet. Mas também me divirto muito nas redes sociais, brinco, faço piadas, leio muita coisa engraçada. Assim, eu diria que Twitter, Facebook e Instagram, para mim, são trabalho e lazer.

Maurício Stycer é um dos maiores críticos de televisão do Brasil (Foto: Renato Parada)


Muitos dizem a seguinte frase: “O Stycer adora procurar defeito em tudo”. Janete Clair dizia que seus críticos eram sábios porque a função do crítico é procurar falhas onde ninguém consegue ver. Você concorda que um crítico deve, sobretudo, apontar incongruências do produto que está sendo analisado ou é possível fazer uma crítica apenas tecendo elogios?
Este comentário sobre “procurar defeito em tudo” reflete a falta de compreensão sobre a natureza do ofício. Mas só me espanto quando ele é feito por jornalistas ou por gente que escreve sobre televisão (o que acontece de vez em quando). Num meio tão comercial, movido a publicidade e audiência, como a televisão, é natural e, eu diria, obrigatório que o trabalho do crítico privilegie problemas. Mas tenho o maior prazer em elogiar o que acho legal, e me preocupo, sim, em identificar o que merece ser elogiado em qualquer produção que assisto. Mas nem sempre encontro (risos).
Que outros críticos de TV você costuma ler?
Não gostaria de mencionar nomes, mas posso dizer que leio muita gente. Não é necessário concordar com um crítico para gostar dele. Ao contrário, muitas vezes aprendo discordando. Infelizmente, há poucos críticos hoje se dedicando exclusivamente ao ofício. Vejo vários bons jornalistas que combinam a atividade de apuração de bastidores e reportagem com a de crítico ou analista.
Qual seu critério para decidir o que vai ser alvo de um texto em seu blog?
Tento escrever sobre todas as estreias na TV aberta comercial. E escrevo sobre tudo mais que me impressiona ou surpreende, positiva ou negativamente.
Vamos falar um pouco de seu trabalho. Como foi a experiência de escrever um livro sobre o Sílvio Santos?
Dois meses depois da publicação do livro, tenho constatado que a maneira como abordei o assunto acabou ajudando a entender e explicar uma série de atitudes recentes do Silvio. Só por isso, posso dizer que a experiência valeu muito a pena.
Há outros projetos em mente?
Sim. Tenho alguns projetos em mente, ligados ao universo da TV, mas por enquanto prefiro não falar a respeito.
Leia mais:
Pais de Primeira: Primeiras Impressões
Os favoritos ao Globo de Ouro #4: Objetos Cortantes

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Audiência da TV

BBB 23 faz sucesso nas redes sociais e compensa audiência inicial ruim

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Fonte: Unsplash

O início do Big Brother Brasil 23 foi marcado pelos baixos índices de audiência, sobretudo nas três primeiras semanas. No entanto, durante o mês de março, as confusões na casa aumentaram e isso elevou o interesse do público. As redes sociais, sobretudo o Twitter, começaram a colocar o tema em alta e compensaram o começo com pouca atenção. O resultado pode ser um final de programa com bons índices, e a certeza de que o reality show vai continuar forte em 2024.

Durante as primeiras semanas de confinamento, as redes sociais se mostraram positivas para o BBB. A estreia contou com mais de 600 mil menções no Twitter, ficando no Trending Topics por algumas horas. O problema é que esse número caiu com o tempo, e foi se recuperar apenas no mês de março. Esse período ficou marcado pelas confusões, inclusive com a expulsão de dois participantes, que acabou gerando muito engajamento no mundo online.

Esses números positivos nas redes foram o suficiente para o programa deixar para trás as notícias de pouca audiência na TV. Alguns números preliminares apontavam para uma média de 18% em São Paulo, um número bem inferior aos quase 28% da edição de 2021, vencida pela Juliette Freire. Ou seja, a notícia não era boa, mas acabou por ser compensada pelo excelente engajamento nas redes. Inclusive, os patrocinadores do programa começaram a focar neste meio para anúncios.

Agora, nas semanas finais do programa, o equilíbrio pode chamar a atenção do público. Isso faria com que o bom momento nas redes sociais também chegasse na TV. Atualmente, como mostram as apostas no Big Brother Brasil no site da Betway, referência em cotações de apostas esportivas e eventos especiais como o reality show da Globo, não existem nomes em grande destaque. Ricardo Alface e Amanda Meirelles aparecem melhores hipóteses, mas os números estão mudando constantemente.

Saída de participantes embola briga

Essa falta de favoritismo, ou revezamento do principal candidato, é uma marca do BBB 23. Foi algo que aconteceu desde o início, quando o youtuber Fred surgia como o possível grande vencedor do programa. As semanas andaram e isso mudou completamente, e o jornalista acabou sendo eliminado em um paredão. Uma prova de que uma ou outra briga pode mudar completamente a visão do público.

Para entender isso melhor, o blog Betway Insider ensina como apostar no BBB, e porque as situações mudam com tanta frequência. As expulsões de MC Guimê e Cara de Sapato, por exemplo, acabaram por embolar a briga pelo prêmio final. Os dois surgiam como os principais favoritos no momento em que saíram do programa. Ou seja, uma situação atípica fez com que as apostas mudassem por completo novamente.

Essa dinâmica é quase uma novidade no mundo do Big Brother Brasil. Afinal, nas duas últimas edições, o vencedor era favorito com algumas semanas de antecedência. Em 2022, o milionário Arthur Aguiar surgiu como o querido pelo público logo no início do programa. Isso se confirmou, e o resultado foi o esperado. A impressão é de que isso não vai acontecer na edição deste ano.

Pronto para a próxima edição

Os bons números nas redes sociais, e a recuperação parcial na audiência da TV, devem garantir que o reality show vai continuar na programação da Globo. Afinal, os patrocinadores continuam fortes, e isso significa uma renda indispensável para a emissora. O ano de 2024 deve começar novamente com um BBB, com uma estrutura parecida e sem muitas novidades. É um programa que tem funcionado bem, pelo menos desde que criaram a dinâmica dos grupos Pipoca e Camarote.

Existe a possibilidade de uma mudança no futuro, inclusive se esse problema de audiência na TV continuar. No entanto, assim como foi no passado, o reality show deve se reinventar para atrair o público novamente. É assim que o programa conquista a audiência para se manter na grade horária da TV.

As últimas semanas do Big Brother Brasil 23 prometem muitas emoções, e até mesmo algumas brigas. O programa que começou sem graça, e com o clima morno, tem tudo para esquentar na decisão. Tem muita gente acompanhando, principalmente nas redes sociais, a segunda casa do reality show mais popular do país.

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BBB23

Simaria é criticada por participação no programa ‘Que História é Essa, Porchat?’

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Simaria

Simaria briga com Porchat e causa nas redes sociais – Foto: Divulgação

A cantora Simaria foi uma das participantes do programa de estreia da nova temporada de “Que História É Essa, Porchat?”, na noite desta terça-feira (14), no canal pago GNT. Nas redes sociais, os espectadores ficaram desconfortáveis com a narração da artista e perceberam as caras de desaprovação de Andréia Sadi e Fernanda Paes Leme, outras convidadas da atração.

Em suma, no programa, Simaria narrou uma história em que visitou um benzedeiro, que lhe causou desconforto. “O cara dizia: ‘Tem muita inveja em cima de você’. O cara só diz que tem o dia e a noite (risos)”, disse Simaria, em uma parte. A seguir, ela pulou em Porchat. “O benzedeiro me deu uma surra de plantas e o segurança chegou para perguntar se estava bem: ‘A senhora é tão pequenina'”, lembrou ela.

+ Travessia: Brisa e Núbia contestam exame de DNA

Por fim. em outro trecho da história, a cantora chegou a dar um soco no estômago do apresentador, ao prosseguir com seu conto. “Que vergonha alheia”, disse um internauta. “O desconforto da Fernanda com a Simaria tá muito nítido”, escreveu outro. “Simaria bombando na intolerância religiosa”, publicou um terceiro.

Na próxima semana, “Que História É Essa, Porchat?” terá episodio especial com Xuxa.

Motivo da separação de Simone e Simaria é revelado: “triste”

No Domingão com Huck do último domingo (15), Simone foi questionada pelo apresentador Luciano Huck o que teria motivado o fim da parceria musical. O marido de Angélica indagou ainda se a relação familiar continua, apesar do convívio profissional ter acabado e a cantora acaba revelando o fim da dupla.

“Você conhece uma música do Gusttavo Lima que diz ‘lembrei que estou bloqueado’? Então”, disse a cantora aos risos. “Tem que dar risada. Mas vou deixar bem claro aqui em rede nacional que ela é a razão da minha vida, amor da minha vida, devo a ela muito do que sou hoje”, acrescentou. Continue lendo…

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Mar do Sertão

Travessia: Brisa e Núbia contestam exame de DNA

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Brisa

Em Travessia, Brisa e Núbia contestam o resultado do exame de DNA. Brisa suspeita de que Ari esteja envolvido no resultado do exame. Flora avisa a Brisa que solicitará o pedido do Juiz para refazer o exame de DNA. Na cena que vai ao ar nesta terça-feira (14), Inácia comenta com Guida que sente Rudá mais seguro de si. Em suma, Laís alerta Stenio para a acusação de atropelamento que Rudá fez a Moretti, tendo o advogado como possível cúmplice.

Por fim, Cidália comunica a Ari que Guerra retornará ao posto de presidente. Stenio deixa claro a Moretti que não o defenderá caso o empresário seja responsável pela explosão do carro de Guerra. Moretti foge de Zezinho. Theo pega o laptop escondido de Monteiro e Laís. Núbia pede para Guerra escutá-la.

+ David Brazil revela ajuda de Neymar para pegar “bofes”; vídeo

+ Morre Antônio Pedro, ator de ‘Gabriela’ e ‘Escolinha do Professor Raimundo’, aos 82

Em suma, saiba o que aconteceu no capítulo anterior de Travessia (13):

Helô conversa com Stenio sobre sua preocupação a respeito do paradeiro de Montez. Cidália, Guerra e Chiara conversam com o cirurgião que operou o empresário e descobrem que Guerra estava sob efeitos de medicamentos quando deu as informações para Ari. Bia beija Oto na frente de Brisa.

Oto liga para Ari para pegar os registros médicos de Dante, que foi internado com suspeita de princípio de infarto. Karine mantém contato com uma suposta atriz pela internet, sem saber que se trata de um pedófilo. Núbia e Marineide ficam surpresas ao ouvir sobre o resultado de DNA de Brisa.

Por fim, saiba o que aconteceu no capítulo do sábado (11)

Chiara deixa claro que Ari terá que enfrentá-la. Ari garante a Chiara que não é o autor do atentado contra Guerra. Guida informa a Silene que se casou com Guerra no capítulo da novela Travessia, em exibição no horário nobre da TV Globo.

Laís estranha a reação de Moretti e pergunta se alguém o está seguindo. Montez consegue pegar parte da informação sobre a localização do mapa do tesouro, que estava escondida em um dos tetos da casa de Helô. Cidália pede a Leonor que fique de olho em Gil.

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